terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Das dores que a gente sente

A dor é algo que vez ou outra faz reboliço na nossa vida. Causa angústia, nos fecha pra o mundo, desanima, desencoraja, deprime e nos afunda em um mar de solidão, profundo e escuro. A dor emocional às vezes é tão intensa que parece estar te devorando vivo, corroendo as suas veias, destruindo e sufocando a alma. Dá vontade de gritar, correr, socar, fugir pra qualquer canto, mesmo com a ilusão de que ela não está dentro da gente, que está fora e irá ficar quando não estivermos mais aqui.


Quando a dor se torna rotina, os pensamentos angustiantes e acelerados se tornam um ciclo vicioso para a sua mente. A necessidade de fugir é cada vez maior. O colapso parece estar mais próximo. Os dias passam arrastados, as noites pesadas são suportadas em claro. A vida passa e o pensamento não te deixa enxergar o mundo inteiro que existe lá fora, por trás dos muros que construímos e os tornamos cada vez mais altos. Cada lágrima, cada recusa, cada pensamento doloroso, um tijolo a mais. E assim, pouco a pouco, mais difícil fica avistar o outro lado, mais difícil fica quebrar, pular, sair. A vida não espera. Você não vive e morre solitário, envolto numa gaiola que você mesmo construiu.

Tudo é sentido em dobro, mais forte, mais intenso. Não há momento, não há remédio que cure. Às vezes a dor emocional é tão forte, que é preciso sentir dor física pra amenizar. E assim a gente tem vontade de matar os sentimentos e o vazio que eles causam. 

Os momentos fogem, escapam entre os dedos. E então a vida te devora, num passo tão rápido que num piscar de olhos já acabou.




[Suzanne Leal]

Nenhum comentário: